Avisos:

A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

S. Gonçalo de Amarante - 2013


Ponto prévio: a Igreja de S. Gonçalo é fenomenal. Entrar pela porta do fundo e ver toda a assembleia reunida, numa nave imponente, de tectos altos, trabalhados a pinturas de uma arte e fineza deslumbrantes; ver (e ouvir) o órgão de tubos a conferir ao monumento o seu ambiente clerical único a par do leal coro da Igreja; ver os altares e suas talhas douradas, as inúmeras esculturas religiosas e toda a envolvência; observar, bem lá no alto, no arco abobadado da entrada para o altar-mor, o escudo da nossa Nação, sempre gracioso e enorme; ver no fundo de tudo a fantástica pintura da ascensão do Beato Gonçalo aos pés da Virgem e um enorme cartaz a dizer, simplesmente “Creio”. É uma experiência simples, acessível a qualquer um mas, bem saboreados os pormenores, uma memória que qualquer pessoa se deliciará de ter.
Voltando ao cartaz: “Creio”. Neste ano da Fé, a palavra é enorme e deve ser absorvida no nosso vocabulário e na nossa atitude de vida. O crer vai muito para além da fé que muitos tentam banalizar no ateísmo, por um Deus “incorpóreo” ou um Jesus “mágico”. O crer que Jesus existiu, que foi e é o “filho do Homem” e crer na omnipresença de Deus e no seu amor por todos nós é um dever de quem é religioso, sem dúvida. No entanto, a força da palavra “crer” vai muito para além disso.

Que levava S. Gonçalo quando decidiu construir uma ponte num sítio complicado do Tâmega, só pela vontade de fazer o bem pela comunidade? Levava o crer, a fé. Muitos dos milagres que lhe são atribuídos andam á volta dessa obra, dos feitos que contam tê-lo visto fazer, numa impossibilidade anunciada que era atribuída à construção. Se um milagre engloba todos esses contados em lenda, esse é o milagre do crer. A crença e a fé, antes de se sobrelevarem aos céus, tem que ter uma força terrena. Antes de mais, tal como S. Gonçalo de Amarante ensinou nos seus gestos, a crença tem que ser humana. Só crendo em nós próprios é que alguma vez conseguiremos perpetrar o milagre de atingirmos objectivos e fazer o bem por nós e pelo próximo.

No dia de S. Gonçalo, a comunidade que nele crê juntou-se na igreja, a rezar e a celebrar. A Banda Musical de Amarante é comunidade. Não faltou ao dever e ao chamamento e apresentou-se na cerimónia, apresentando o “Hino a S. Gonçalo” aos amarantinos. A crença é uma força que existe na Banda Musical de Amarante e os “milagres” aconteceram. A Banda respira vida renovada com dois novos executantes produzidos na nossa escola e no C.C. de Amarante, ganhou um importante concurso, tem uma obra pedagógica em constante evolução, traduzida na sua escola e nos seus estágios e cursos e tem um caminho de sucesso nos compromissos e romarias em que marcou presença.

2013 vai abrir um novo ciclo, a todos os níveis, no cerne da nossa Banda. 2013 vai apresentar enormíssimos desafios a todos nós. Só com muito crer é que conseguiremos encontrar o caminho certo. A Banda Musical de Amarante não desiste. O “creio” de S. Gonçalo é forte, muito forte, perpetua-se nas pedras brancas do largo de S. Gonçalo, nos sinos da Igreja, nas histórias da nossa cidade. Perpetuemo-lo nós também.

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