Avisos:

A Banda de Amarante vai apresentar-se em Peroselo, Penafiel, para a festa em honra da Nª Srª da Visitação, no próximo dia 7 -- VI Estágio de Verão e Curso de Aperfeiçoamento de Sopros e Percussão (este ano com o maestro José Rafael Pascual Vilaplana) de 19 a 23 de Agosto -- Banda Musical de Amarante - Vencedora do 1º Prémio/III Escalão do IV Concurso Internacional Ateneu Artístico Vilafranquense e Prémio Tauromaquia

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Uma Banda para o Povo


Como todos os anos deve ter sido referido, o alívio (mas não cura) para a crise, quando em Amarante, é o fim-de-semana das Festas do Junho. Faz bem à nossa urbe este arzinho de festa popular. Faz bem ao povo ser encaminhado para o Largo de S. Gonçalo, à beira-rio, para comer umas farturas, ver os bombos ou as bandas, comprar e admirar os produtos do comércio de rua e divertir-se nos carrosséis. O povo precisa desta Festa. Não se deve afogar no esquecimento desejado no meio da alegria momentânea, mas sim ganhar ânimo neste pedaço de identidade que ninguém nos tirou, ainda.

É pena, ainda assim, que a ocasião conjuntural não permita uma maior afluência. Os nossos despiques de bombos merecem um Largo de S. Gonçalo a abarrotar... Não se verificou na sexta-feira de abertura. É pena, talvez, concentrar tudo num mesmo lugar... Como tocar na nossa pulsação com a batida dos carrosséis ali à porta? Tanto para eles como para nós, um lugar a si dedicado seria melhor... Embora haja que admitir que ter tudo concentrado num raio mais curto permita uma maior afluência e melhor circulação do povo que visita a celebração. São pormenores a pensar e para os quais nem nós nem ninguém ainda sugeriu melhor solução, se realmente há que fazer melhor. Importa louvar a continuidade desta Festa, numa câmara que vai continuar com a menor taxa de IMI do país para o próximo ano, no meio desta crise sem fim. Com todas as forças políticas em união (assim o povo espera) dentro da autarquia, seja quem for o edil, todos teremos mais ou menos pedidos e ideias novas... Mas ter Amarante como uma cidade ideal para viver, sobreviver e festejar é uma dádiva nos dias que correm.

A Banda apresentou-se. Para o povo. Rumou desde o ponto de partida, em Sta. Luzia, pela artéria principal abaixo, até ao nosso Mosteiro e ao Largo Cons. António Cândido. Estava aberta a caminhada, à qual viria ao nosso encontro a Banda Cabeceirense. Apresentando-se harmoniosa e disciplinada, não será mentira nenhuma dizer que encontrámos, nesse Sábado, uma "rival" à altura, com um som solidário e que, por certo, teremos que agradecer a quem deliberou a visita desta congénere que se veio dar a conhecer à nossa terra com simpatia e qualidade.

Mas nós somos de Amarante! Tivemos o nosso momento. Chamámos o público e os admiradores de boa música com as nossas obras, tocando para nós e gozando o momento. Exprimimos qualidade e mostrámos o que de melhor se trabalha e como nos fundimos em palco. Mas, à noite, ai as noites do Junho(!), fomos baile em Amarante. Tocámos para o povo, essa Amarante princesa. Com arte, sem entrar em populismo exagerado que estragaria a nossa qualidade, mas tocando para um público que nos aplaudiu, a Banda apresentou o seu repertório de festa, conseguindo, em conjunto com a nossa congénere, encher o Largo e colher aplausos e ovações. Reunimos pasodobles, aberturas transcritas e originais, números ligeiros e populares... Tudo com uma paixão de quem mira o Tâmega desde a sua ponte. Com a raça de quem estoura a pele dos bombos numa sexta à noite. Com a arte de quem tem 157 anos no peito, com responsabilidade. O povo gritou, saltou, aplaudiu... E esta é a sua Banda, para isto vive e para estas alegrias ensaia.

Domingo trouxe o último dia, mais sereno e religioso. Afinal, era o dia do Senhor... O Corpus Christi era celebrado ali, também, e as congéneres mais antigas do concelho (Banda Musical de Amarante e Banda de Sº Martinho de Mancelos) deram a abertura para a tarde de meditação litúrgica, com mais um bem conseguido concerto no Largo. Seguiu-se a procissão e a debandada dos cravos... Algo ingrata, diga-se, pois, para quem tem um instrumento "na boca", as pessoas atirarem-se para cima para apanhar cravos a todo o custo magoa fisicamente... Uma inovação a repensar.

As Festas foram assim, no plano filarmónico. Bem conseguidas, com orgulho, dedicação e alma amarantina. O povo precisa disto, não para fugir, mas para ganhar força para enfrentar as agruras do Portugal dos nossos dias. E a Banda de Amarante estará lá para sempre, com o seu povo.

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